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‘Só vi sangue e gente morta’, diz sobrevivente de acidente de ônibus em PE

Uma sobrevivente do acidente de ônibus que tombou sexta-feira em Pernambuco e deixou 17 mortos relatou que o ônibus trafegava em alta velocidade antes de tombar.

A comerciante Marlete Batista Neves Fernandes, moradora de Caetité, no sudoeste da Bahia, contou à TV Sudoeste que percebeu o perigo instantes antes do tombamento. “Eu percebi que o ônibus começou a ter uma velocidade muito forte e falei: ‘O motorista está doido’. Nesse momento, ele começou a fazer zigue-zague. Acho que ele tentou encostar em um barranco, e aí o ônibus tombou. Eu segurei a poltrona e, quando ele virou, fui a primeira a sair”, relatou.

Marlete conseguiu sair por uma janela no teto e descreveu à emissora cenas de pânico do lado de fora. “Eu só vi desespero, gente morta, sangue, gente gritando socorro. Foi uma loucura, entrei em estado de choque. Rasguei um pedaço do meu vestido para estancar o sangue de uma amiga que estava ferida.”

O acidente

Havia 40 passageiros no coletivo, segundo a PRF. O número é superior ao declarado oficialmente, de 30 passageiros. No levantamento não é detalhado se, dentro desse número, já foi contabilizado o motorista.

PRF suspeita que alguns dos passageiros podem ter pegado carona. O fretado voltava a Brumado, na Bahia, transportando pessoas que foram fazer compras em Santa Cruz do Capibaribe, centro comercial da região.

Mesmo com número maior de passageiros, ainda assim havia menos pessoas do que a capacidade máxima, de 50 pessoas. A Polícia Civil afirmou que existem três listas de passageiros e que nenhuma delas corresponde com as demais e com o verificado pelas autoridades.

Ônibus invadiu pista contrária, colidiu com rochas no sentido oposto e bateu em barranco de areia. O inquérito que vai determinar a causa do acidente deve ficar pronto em 30 dias.

Dezessete pessoas morreram e 10 corpos já foram identificados. De acordo com a SDS (Secretaria da Defesa Social), quatro vítimas são de Minas Gerais e 13 da Bahia e, por conta disso, a identificação será feita por meio de fichas papiloscópicas, que serão enviadas pelos institutos desses estados.

Fonte: UOL