Sudene investe em produção de remédios, cosméticos e alimentos com plantas da Caatinga

Por CompartilharnaRede
18 de Junho de 2024
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Presente em 83% do território pernambucano, a Caatinga é rica em biodiversidade e, a partir dela, são produzidos alimentos e outros insumos. Em execução desde janeiro, o programa Impacta Bioeconomia, iniciativa da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), busca bioativos e bioinsumos que possam ser aplicados, também, na área da saúde.

 

O projeto conta com R$ 553 mil em investimento da Sudene, em pesquisa e inovação. Ao lado de instituições, como a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a Universidade do Vale do São Francisco (Univasf), o projeto prevê a produção de medicamentos oriundos da fauna e da flora dos biomas existentes na região – Caatinga, Mata Atlântica e Cerrado.

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“Essa iniciativa fala para a inovação, a sustentabilidade, o meio ambiente e a nova política industrial brasileira. Nós queremos apoiar a geração de bioeconomia, enxergando o território, a biodiversidade e o desenvolvimento sustentável do Nordeste”, pontuou o superintendente da Sudene, Danilo Cabral.

Produção

Startup da Univasf, a Opara Produtos Naturais, recebeu investimento para pesquisar produtos fitoterápicos, dermatológicos, cosméticos e de suplemento alimentar a partir do maracujá do mato, do licuri e do umbu, plantas presentes na Caatinga.

Segundo o coordenador e professor do Colegiado de Farmácia, Jackson Guedes, os estudos iniciaram agora em junho. “Vamos fazer estudo químico, estudo farmacológico dessas plantas e desenvolver novas formulações e uma nova cadeia produtiva com as plantas. Existem duas cooperativas aqui na região que as utilizam para produção de doces e cerveja”, explicou.

Guedes disse ainda que a ideia é mostrar, também, que as plantas podem ser utilizadas pela indústria farmacêutica e de cosmético, por exemplo.

Comunidade

O projeto com a Opara também vai contar com o apoio da comunidade local para a captação da obra-prima para ser analisada.

“Ainda não sabemos o quanto vamos precisar. Por isso, vamos apresentar a ação às pessoas que vão estar diretamente envolvidas, além dos nossos pesquisadores. Serão mais 11 meses pesquisando. Esperamos contribuir da melhor maneira possível para o desenvolvimento do Nordeste”, concluiu o professor, agradecendo o apoio da Sudene.

Pesquisa 

Além da Univasf, a iniciativa conta com a participação da UFPE, através do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Complexo Econômico Industrial da Saúde (iCeis). A professora Mônica Felts, uma das coordenadoras do iCeis e também da Rede Impacta Bioeconomia, explicou que, a partir do olhar para a biodiversidade, haverá uma busca de bioativos e bioinsumos que possam ser extraídos de forma sustentável do território, gerando renda, industrialização, desenvolvimento socioeconômico e proteção ambiental.

“Começaremos a produzir suplementos funcionais e alimentares, defensivos agrícolas, cosméticos inteligentes, bioinsumos funcionais e farmacêuticos ativos e, posteriormente, medicamentos. Não queremos só extrair os insumos, queremos criar tecnologias e aperfeiçoar as existentes, além de agregar valor à produção”, reforçou Felts.

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